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domingo, 31 de julho de 2011

O furto do livro

Desenho de Taciane, minha filha de seis anos.

Era meado de janeiro de 1999, quando Cleptônio foi ao centro da cidade para comprar ou adquirir alguns livros. O livro é o objeto de seu desejo substancial. Ele só anda com livros sob o braço, mesmo que não vá à aula, pois com livros, sente-se um tanto intelectual. Primeiramente, foi ao Arqueólogo, uma livraria que vende livros usados, portanto, mais baratos, acessíveis à compra. De lá, é cliente assíduo. Neste dia, ele estava a procurar um livro de filosofia. Fuçou várias prateleiras, mas debalde, não encontrou. Mesmo assim, comprou ainda três: “Ensaio sobre Cegueira”, de José Saramago, “Vidas Secas”, de Graceliano Ramos e “O Capital”, de Karl Max. Foi, então, a outra livraria, porém, como esta somente trabalha com livros novos, são caros. Cleptônio só tinha dinheiro para a condução, pois gastara seu mínimo estipêndio de mestre (como sempre) comprando livros e mais livros; denominava-se de bibliófilo orgulhosamente. Entrou na livraria, logo o atendente o interpelou:
- Pois não! Posso ajudar?
- Sim. Por favor, vocês têm livro de filosofia?
- Temos, sim. Só um momento!
O moço atendente, com indumentária de cor padrão e logotipo da empresa, dirigiu-se à seção à esquerda para pegar o livro. Enquanto isso, Cleptônio o aguardava escorado no balcão de vidro, com as sacolas com livros em cima.
O funcionário retornou:
- Eis os livros.
- Quanto custa este? Perguntou, segurando um livro de filosofia intitulado de “Convite à Filosofia”, de Marilena Chauí. O balconista respondeu casquinando como quem percebera que ele não tinha condição de comprar:
- Custa cinqüenta reais...
O bibliófilo sentiu um frio na barriga, porém manteve a postura firme e replicou:
- Há outros títulos além desses?
- Sim. Respondeu o moço.
Ora, Cleptônio estava diante do que procurava e estava convicto de que não podia comprá-lo. Pediu outros títulos adredemente para distrair o balconista. E quando o moço se ausentou, ele colocou o livro dentro de uma de suas sacolas que, mesmo transparente, camuflou-o no meio dos outros livros. Minutos após, o atendente voltou trazendo mais títulos. Neste ínterim, uma senhora portando uma lista de material estudantil a ser comprado chama o rapaz que, certo de que Cleptônio não compraria nada e que só lhe fazia é perder tempo (um vendedor experiente sabe quando o cliente vai comprar ou só especular) e abandonou-o para atender a outra cliente, pois a comissão era certa. Quando Cleptônio estava próximo á saída, um segurança, daqueles fardados, armado com revólver 38 o interceptou bruscamente, segurando-o pelo braço esquerdo:
- Vamos ali!
- Para onde? Por quê? Quis saber sem poder esboçar reação alguma. E nem poderia, porque era franzino, raquítico, magérrimo, não ofereceria resistência diante daquele brutamonte que o conduzia. Seu flagrante se deveu ao fato de que Cleptônio não ter percebido que havia várias microcâmeras vigilantes estrategicamente instaladas no interior do estabelecimento.
            Ele foi conduzido, cautelosamente, para não causar escândalo ou chamar atenção dos demais clientes que lotavam a livraria, à gerência no segundo andar. Lá, foi entregue ao gerente, um sujeito carrancudo, frio, meio indígena, com face impregnada de orifício causado por erupção cutânea, parecia uma paisagem lunar ou um queijo suíço.
- Por que você me roubou o livro? Vociferou o gerente.
- Porque um livro, para mim, não é objeto qualquer de consumo, de uso individual que dá poder, status a quem o possui como um carro, um relógio de ouro, um celular... E sim, um objeto que deve ser partilhado por todos, doado e não vendido ou comercializado. Argumentou Cleptônio.
- Você sabia que furto é um delito que pode levá-lo à prisão? Deblaterou o gerente.
- Prefiro a prisão física, que é determinada, à prisão intelectual, que é perpétua. Respondeu Cleptônio.
- O que você faz? Inquiriu o Gerente.
- Sou professor.
- Guarda, devolva suas coisas e retire esse sujeito daqui! Ordenou o gerente.
- Senhor, é para devolver tudo, até o corpo do delito? Quis saber o guarda.
- Sim! Eu disse tudo!
- E que não retorne mais aqui, viu! Concluiu o chefe.
- Obrigado por me entender, senhor! Agradeceu Cleptônio.
            Ele, rapidamente, juntou todos seus livros que o guarda tivera jogado no chão, inclusive um livro de teoria literária que ele tomara emprestado da biblioteca há meses e desceu a escada regozijante por ter conseguido o livro.



sexta-feira, 29 de julho de 2011

Selo Este Blog Inspira-me


Ganhei este selo de minhas amigas Driele do Falando Sobre... e da Adriana do blog Calma amor....... A Driele é uma jovem que tem muito a nos ensinar, pois é muito inteligente, dedicada e perspicaz. Suas postagens são bem variadas feitas em forma de crônica ou ensaio com seu ponto de vista peculiar. A Adriana também é uma pessoa maravilhosa e muito amiga. Suas postagens são bem selecionadas sobretudo romântica, filosófica e motivadoras. As de sua autoria são de uma sabedoria ímpar. Bem, queridas, receber um presente de uma pessoa é uma alegria, agora receber de duas é dupla alegria. Obrigadíssimo, queridas, pelo belo presente!

Este selo vem com umas regras:

1°) Postar o selo com o link de quem indicou.

2°) Responder a pergunta:

 O que seu blog significa para você?
É uma das melhores coisas que acontecerem comigo nos últimos tempos porque, além das amizades maravilhosas que constituí aqui, motivou-me a escrever mais.

3°) Diga-me:
Uma frase: Uma vida sem amizade é uma planta sem raiz.
Um sonho: Viver muito e bem.
Uma tristeza: A gestão pública brasileira.
Uma alegria:  Está com a família.

4° Indicar 5 blogs para receber o selo:
  Let Me Go ,


domingo, 24 de julho de 2011

Pleonasmo

Desenho de Taciane, minha filha de seis anos.

 Pleonasmo: (gr. pleonasmós,oû 'superabundância, excesso, amplificação, exageração', pelo lat.tarpleonasmus,i t. de gram 'pleonasmo, redundância') é a redundância de termos no âmbito das palavras, com emprego legítimo em certos casos para dar um colorido, vigor, beleza ou explicação ao anunciado como: ela viu tudo que aconteceu com seus próprios olhos, estes são chamado de pleonasmo figura de linguagem. Agora aqueles que apresentam a repetição desnecessária de um termo ou idéia como no exemplo: ele encarou de frente todo problema, (ora, a cara é na frente, não há como encarar de costas)  é denominado de pleonasmo vício de linguagem.

Pleonasmo figura de linguagem, exemplos:

Gilson e Jean são gêmeos. Este torce pelo Vasco; aquele, pelo Fluminense;

Minha felicidade eu conquistei;

“Sorriu para Holanda um sorriso ainda marcado pelo pavor” (Manuel Bandeira);

“Morrerá morte vil na mão de um forte” (Gonçalves Dias);

“Detalhes tão pequenos de nós dois” (Roberto Carlos). Explicação: detalhe já é algo pequeno;

“Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal”?

A mim me parece que a vi hoje;

Ele viveu uma vida desgraçada na infância.

Pleonasmo vício de linguagem:

Ele subiu para cima e depois desceu para baixo;

Maria saiu para fora e  voltou para trás entrando para dentro de casa;

Faltou no texto do aluno o elo de ligação. Explicação: o elo já é uma ligação;

Vi com meus próprios olhos, que a terra há de comer. Explicação: não se ver com os olhos dos outros;

Tenho certeza absoluta de que eu o vi hoje. Explicação: certeza já é algo absoluto;

Essa história é baseada em fato real. Explicação: fato já é um acontecimento real;

Há desvio de dinheiro da prefeitura municipal. Explicação: não há prefeitura estadual nem federal, todas são 
do município;

Meu tio foi promovido a General de Exército. Explicação: todo general é de exército, já que o equivalente na Marinha é Almirante e na aeronáutica é Brigadeiro;

Sua presença foi uma surpresa inesperada. Explicação: surpresa já é algo inesperado senão não é surpresa, é previsão;
Trofozilda tem gêmeos: um filho homem e uma filha mulher;

Astrobaldo teve uma hemorragia de sangue ontem no trabalho. Explicação: hemorragia vem do grego “haimo, sangue e rhagía, derramar, portanto somente o sangue pode derramar pela hemorragia;

O trânsito está hermeticamente fechado. Explicação: hermético já significa fechado;

A construtora está concluindo a casa, pois já está no acabamento final da obra. Explicação: acabamento já tem a idéia de fim;

Hoje o advogado falou com a viúva do falecido. Explicação: não existe viúva do vivo.

Durante a chuva, surgiram várias goteiras no teto. Explicação: não existe goteira na parede nem no piso;

“Godofredo, você tem uma bonita caligrafia”! Explicação: caligrafia significa letra bonita;

Esculápio ganhou um par de tênis inteiramente grátis. Explicação: ganhar já tem idéia de algo grátis;


Fonte: Wikipédia

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Selo Esse blog é um sonho


Ganhei esse selo belíssimo de minha nova amiga Monnie
do blog   Let Me Go , que é uma espaço onde as publicações são de grande valor poético e literário e que vale a pena conferir. Muito obrigado, amiga!  Há algumas regras:


1º) Colocar o link de quem te indicou.
R.: Tudo bem, está posto.

2º) Qual o seu maior sonho?
R.: Antes era apenas sobreviver, agora é viver bem e muito.

3º )O Que te faz sorrir?
R.: Sou de sorriso fácil, raso.
Um amigo engraçado,  crianças até eu mesmo.

4º) Conhece o blog http://asoonhadora.blogspot.com/?
R.: Estou conhecendo agora.

5º Diga algo sobre o que acha do blog que te enviou!
R.: É uma página genial.

6º Indique aos blogs que fazem um sorriso nascer em seu rosto, toda vez que você olha!

domingo, 17 de julho de 2011

Você me traiu


Tenho uma amiga, que é cantora iniciante. Certa vez, vendo um dos meus poemas quis musicar. Expliquei para ela que o poema não foi feito com essa intenção e que lhe daria muito trabalho. Então prometi a ela que, mesmo não sendo músico, faria uma música para ela. “Você me traiu” já é a terceira gravação. As outras duas “Não me deixe” e “Seguindo meu caminho” já divulguei aqui no blog. Nunca cobrei direitos autorais da cantora, mesmo ela me afirmando que já vendeu mais de cinco mil cópias das três músicas, apenas registrei a letras. A melodia é dela, pois não entendo nada disso. Agora estou, de quando em vez, fazendo também música. “Você me traiu”, é baseada na vida de um amigo traído pela esposa, que ficou com baixa estima criando um bordão: “minha vida é uma tristeza”, de tanto observar suas lamúrias, criei essa música inspirada em sua história. Mas, como podem observar a letra original, a cantora mudou até o título de “Minha vida é uma tristeza” para “Você me traiu”. Diz ela por causa da melodia.
Bem, meu amigo ficou muito feliz com a música inspirada nele e me pediu até o rascunho  autografado por mim feito num pedaço de caixa de papelão. Quando saiu o disco, mandei um exemplar autografado por mim e pela cantora para ele.
Quando escrevi a letra, pensei em ritmo romântico, mas ela canta num estilo forró-calipso-brega.  O vídeo não ficou bom porque, como ela ainda não tem uma gravação cantando essa música, tive que a aproveitar um vídeo cantando outra música, mas dar para ter uma idéia da melodia e de sua voz.




Minha vida é uma tristeza

Você me atraiu
E, aos poucos me conquistou,
Mas depois me traiu
E por outro me trocou.

Tenho dúvidas de que me amava,
Pois mentia quando falava.
Depois do rompimento,
Você a mim declarou
Uma verdadeira “Guerra Fria”.
Minha vida, de magia,
Se transformou em tormento.

A paixão, que era amor,
Logo se tornou
Em sofrimento.
Não lhe amar mais
É uma grande certeza,
Minha vida é uma tristeza.

Minha vida é uma tristeza,
Minha vida é uma tristeza.

Em nada que eu faço, sou afoito;
Minha maior aflição é
Quando chega o dia oito.
Sei que o amor não mais existe
E jamais amarei outro alguém;
Vou sempre viver é triste!

Minha vida é uma tristeza,
Minha vida é uma tristeza.

Agora vivo atônito:
Não percebo nada em meio entorno;
Meu problema é crônico,
Mas você não tem mais retorno
Porque antes, de me deixar
Me botou um adorno.
O meu moral, que estava lá cima,
Baixou junto com a auto-estima.
Peço-lhe que pare com baixeza
Porque minha vida já é uma tristeza.

Minha vida é uma tristeza,
Minha vida é uma tristeza.


Bento Sales






quinta-feira, 14 de julho de 2011

Um pouco de mim


 


Ganhei esse selinho do meu grande amigo Poeta Poetas Insanos.
 Estou muito honrado e contente por ter sido escolhido um dos dois amigos entre tantos.
Este selo é importante, pois é uma forma de deixar o participante mais
 conhecido de seus amigos leitores.
Muitíssimo obrigado, grande Poeta!

Eu vou participar conforme as regras.

Então, vamos Lá:

15 Coisas sobre mim:

1) Sou bem humorado e irônico;
2) Minha tristeza é efêmera;
3) Gosto de fazer amizade;
4) Procuro sempre ser gentil;
5) Não gosto de pessoas tristes;
6) Gosto de cantar em videokê;
7) Sou um sujeito que vive para família;
8) Tenho paciência de Jó;
9) Odeio burocracia;
10) Sou rígido comigo;
11) Sou um otimista inveterado;
12) Sou amigo, irmão e marido fiel;
13) Detesto mesquinharia;
14) Não gosto de imitar ninguém;
15) Questiono toda normalidade.



Manias:

1) Falo sozinho como um pensamento alto;
2) O que eu faço sempre acho que tem algum defeito ou poderia ficar melhor;
3)Conferir algo varias vezes.

Cinco coisas que me irritam:

1) Alguém me chamar várias vezes seguidas;
2) Pressionarem-me a fazer algo;
3) Alguém me dizer que tenho obrigação de fazer alguma coisa que julgue que não;
4)A gestão pública;
5) A omissão.

Cinco coisas que eu adoro:

1) Assistir a documentários;
2) Ler e escrever;
3) Reunião com a família ou com amigos;
4) Brincar com minha filha;
5) Andar de bicicleta.

Três Hobbies:

1) Ver as estrelas no telescópio;
2) Ler e escrever;
3) Colecionar livros.

Meu maior sonho:

Viver muito.

Meu maior medo:

Já tive muitos medos, mas hoje só tenho temores: apesar de enxergar bem, temo ficar cego.

Pessoas mais importantes para mim:

Todas as pessoas que compõem minha família e meus amigos.

Blogs que eu indico:




Gostaria de dedicar a mais blog, mas as normas somente me permitem dois.
Bem gente, isso foi um pouco de mim, espero que não fiquem decepcionados.
Obrigado a todos pela visita e pelos comentários!



sábado, 9 de julho de 2011

HAICAIS PARTE 3

Desenho de Taciane, minha filha de seis anos.

Como tudo no Japão é diminuto e eficiente, o haicai não uma exceção.
Para quem não conhece, Haicai é um poema de origem japonesa, que valoriza a concisão e a objetividade e chegou ao Brasil no início do século 20 e hoje conta com muitos praticantes e estudiosos brasileiros. No Japão e na maioria dos países do mundo, é conhecido como haiku. O Haicai é feito da seguinte forma:

 -Consiste em 17 sílabas poéticas, divididas em três versos de 5, 7 e 5 sílabas;

- Contém alguma referência à natureza (diferente da natureza humana);

- Refere-se a um evento particular (ou seja, não é uma generalização);

- Apresenta tal evento como "acontecendo agora", e não no passado;

- Modernamente, apresenta um cunho humorístico. 

Ouvia sempre meus colegas falarem de haicai. Achava coisa de outro mundo. Meu professor, Zemaria Pinto, tem um livro intitulado “Corpo Enigma” feito em forma de haicai. Mas nunca tinha visto nem ele falava disso. Um dia, na livraria, vi um livro de Millôr Fernandes chamado Raiku do Millôr; li achei fácil e passei a fazer haicai a torto e a direito. Como o Millôr faz o verso de forma livre e rimado, pela influência dele, fiz inicialmente desta maneira. No Japão, é feito sem rima, mas na métrica perfeita. Para mim só tem graça se for rimado. 
Alguns exemplos de autores brasileiros,  japoneses e depois os meus:

caminho de terra,
o mato à margem exala
perfumes silvestres
(Zemaria Pinto)

o sapo, num salto,
cresce ao lume do crepúsculo
buscando a manhã
(Zemaria Pinto)

Silêncio:
cigarras escutam
o canto das rochas
(Matsuo Bashô)


Ao sol da manhã
uma gota de orvalho
precioso diamante.
(Marsuo Bashô)


Pelo tronco desce
Um batalhão de formigas,
Ostentando as flâmulas...
(H. Masuda Goga)

Vem cá passarinho
E vamos brincar nós dois
Que não temos ninho.
(Yataro Kobayashi)


Roubaram a carteira
Do imbecil que olhava
A cerejeira.

(Millôr Fernandes)

Aniversário é uma festa
Pra te lembrar
Do que resta.
(Millôr Fernandes)

Probleminhas terrenos:
quem vive mais
morre menos?
(Millôr Fernandes)


Ás da aviação
o valente bem-te-vi
ataca o gavião.

(Luiz Bacellar)


Madrugada fria.
A Lua no fim da rua
vê nascer o dia.

(Ronaldo Bomfim)

 

E agora os meus:



Olho para o céu
Fico procurando um véu,
Talvez seja seu.

Ao ir para rua,
Deslumbrantemente nua,
Vi nascendo a Lua.

Nos meses das flores,
O bosque é visitado
Pelos beija-fores.

O canguru salta
Quando se assusta porque
É muito peralta. 

Sempre ouvi gorjear,
Na estação de chuva, o
Galante sabiá.

Eu bem que te vi,
Cantando ao amanhecer
Caro bem-te-vi.

Explicação breve:
É, meramente, a neve
Uma chuva leve. 

Ainda está intacta,
Por causa dos anos-luz
A nossa Via Láctea.

Minha prima Vera,
A última vez que a vi
Foi na primavera.

Na estação das flores,
Eu fico um ultra-romântico
Relembrando amores.

Foi a chuva com vento,
Deletéria, que destruiu
O velho convento.



Como as serras são
Passíveis de surgir a
 Névoa cerração!

Sociedade amiga...
Em harmonia trabalha a
Proativa formiga.

Força de banzeiro
Naufraga canoa até mesmo
De experto barqueiro.

Na floresta calva,
Resplandece lume em seta
Da Estrela D’alva.

Ofusca o brilhar
Da Lua em penumbra o
Eclipse lunar.

Formiga na ativa,
Nos mostra uma sociedade
Bem alternativa.

Cruzeiro do Sul
Só surge quando o Céu perde
O celeste azul.

Éolo de maio,
Curumim vai para rua
Soltar papagaio.

Passa o dia a cantar
A cigarra porque não
Sabe trabalhar.

Sem saber cantar,
A formiga passa a noite
E o dia a trabalhar.

Em forma de anel,
A Lua Nova se desenha
No trevoso Céu.



Acordei molhado
Com a chuva forte que
Caiu ontem no telhado.

Chuva no trajeto
Limpa minha rua levando
O humano dejeto.

Despertei a desoras,
Mas me deslumbrei com a
Pitoresca aurora.

Ofusca a paisagem
Cerração que vem na
Época da friagem.

Esquece as mágoas
Quando se faz um passeio
No Encontro das Águas.

Chuva de verão
Acaba, às vezes, com
Festa de São João.

Que coisa mais bela
É o resplandecer da
Lua pela janela!

Quero assim amar-te
Vendo, na verve infinita,
O rubor de Marte.

Vê-se, pelo menos,
Uma estrela deslumbrante
Na aurora: é Vênus.

Reflete no espelho
A manina-do-olho do
Planeta Vermelho.

Ao se afastar mais
Do Oriente a Lua, a Estrela
D’alva a segue atrás.