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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Soneto de fidelidade






De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


Vinícius de Moraes

Um comentário:

  1. Boa noite, Bento. Eu amo sonetos, e creio já ter dito isso em outro comentário.
    Os sonetos de Vinicius de Moraes são lindos, leves e profundos.
    Esse por exemplo, eu gosto muito, não por ser muito famoso e forte, contudo não é o meu predileto.
    Seria muito bom que as coisas não fossem finitas, nem mesmo o amor, pois transmite a sensação de que já entramos em uma relação com o pensamento do fim.
    Um beijo na alma, e fique na paz de um fim de semana abençoado!

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