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domingo, 26 de fevereiro de 2012

O achaque

Desenho de Taciane, minha filha com seis anos.



       Eram três horas da madrugada quando acordei com dor no baixo ventre direito. Pensei que fosse apenas um mal-estar em virtude da bexiga cheia, mas não. Depois a dor foi aumentando paulatina e agudamente até o limite de não mais suportar. Então chamei minha esposa e disse que estava passando mal. Ela percebeu a gravidade, uma vez que só acordo alguém se for um caso de urgência, pois o sono para mim é sagrado. Ela então chamou minha irmã que morava próximo. As duas ligaram para meus dois irmãos, pois eles têm carro, mas nenhum atendeu, estavam dormindo profundamente. Tentou, então, ligar para meu cunhado, que também tem carro, e, finalmente alguém atendeu. Enquanto ele vinha, eu me aprontei rápido. Minha consorte também se preparava para ir comigo ao hospital. Até neste momento ela não esqueceu a vaidade (é o que vislumbrei na intermitência da dor) porque parecia mais preocupada com sua aparência do que comigo.
      Após quinze minutos, ele chegou. Fomos eu, cônjuge, irmã e cunhado para o pronto-socorro. O hospital estava lotado. Havia paciente até nos corredores nas macas e também no chão. Eram idosos, deficientes físicos, operados e aguardando cirurgia. Fui levado ao clínico geral, um jovem de cavanhaque, típico de médico, estava lendo um livro esotérico. Ele me encaminhou para sala de exames; lá fiz exame de urina e fiquei aguardando resultado no corredor. Ao ver aquelas pessoas sofrendo, eu achei, apesar de está sentindo uma dor terrível, que eles estavam bem pior do que eu, uma vez que, pelo menos, eu estava andando. Já que parado eu não suportava a dor, fiquei passeando pelo corredor, aguardando o resultado do exame. A mulher entrou comigo, a irmã, não, em virtude de se permitir apenas um acompanhante.
     Olhando aquelas criaturas sofrendo, eu constatei que deveras um hospital é mais triste do que um cemitério. Naquele, (hospital) as pessoas sofrem, além das dores somáticas, humilhação, preconceito, desdém, rejeição, sobretudo se for público. Um cão é mais bem tratado do que um ser humano, visto que ele é considerado um cliente por parte do veterinário e seu dono pode exigir bom tratamento, pois está pagando. Enquanto neste (cemitério), não há sofrimento. As pessoas, mesmo mortas, são queridas pelos seus parentes e respeitadas pelas desconhecidas. Neste ínterim, um rapaz trouxe o resultado do exame e me mostrou como chegar à sala de cirurgia. Fui com minha esposa. Ao chegar lá, ela falou com um médico para me atender porque eu estava muito mal, mas ele disse que não podia porque seu plantão estava terminando. Empós vinte minutos, entraram pessoas entre as quais uma parecia ser médico. Ela pediu a ele para me examinar e ele a atendeu pedindo para que eu deitasse numa cama meio alta. Fiquei lá esperando e gemendo de dor. Entraram umas moças, que me pareceram enfermeiras: cada qual mais formosa e desfilavam como se estivessem me humilhando, tripudiando de minha situação. Todos estavam se aprontando para começar o expediente e isso gerava algaravia. Houve um momento em que duas começaram a discutir; eu achei, por um momento, (se eram capaz de não respeitar meu estado, minha dor) que iriam chegar à sevícia, às vias de fato, mas uma voz masculina tonitruante acabou com o chinfrim. O médico chamou uma auxiliar pedindo-lhe o prontuário meu e leu que me indicava um problema de apendicite, porém me examinou massageando meu ventre e me perguntado se doía no receptáculo musculocutâneo e eu falei que sim. Então ele foi categórico ao afirmar que não era apendicite e sim um cálculo-renal. Foi, de certa forma, um lenitivo para mim porque, ao menos, não iria ser operado. Sempre escuto falar que qualquer que seja uma cirurgia é um risco e ainda mais nessas circunstâncias. Lembrei-me do que disse um colega da faculdade que só acredita que alguém é realmente ateu se estiver sentido uma dor de um cálculo-renal e não se valer por Deus. Todavia, a dor continuava me consumindo e ninguém fazia nada para aplacá-la. O médico, então, mandou que preparassem um medicamento análgico para mim. Não me recordo quais foram, mas sei que foram uns três. Ele me ajudou a descer da cama alta e me puseram numa maca (não havia leito vazio) com ganchos que sustentavam três recipientes contendo os medicamentos que gotejavam  para minhas veias através de uma agulha imersa na derme do braço esquerdo.   
    Subitamente, apareceu homem robusto, indígena, com indumentária e insígnia do hospital e crachá com seu nome e profissão denominada de “maqueiro”. Eu nem sabia que existia tal profissão (é vivendo -ou morrendo- e aprendendo). Ele falou que iria me levar para outra área mais espaçosa. E me deixou numa sala parecida com sala de espera, que estava cheia de gente, provavelmente de visitante. Fiquei lá recebendo a medicação. A dor foi diminuindo progressivamente até desaparecer completamente às seis horas, mesma hora que o despertador do meu celular, na bolsa de minha esposa disparou, alertando sobre a hora de trabalhar (se tivesse saudável, é claro). “Insensível”! Resmunguei. Ás sete, o coquetel medicamentoso acabou. Fui ao novo clínico-geral para receber alta. Ele falou para eu ir a outro hospital para fazer um exame mais detalhado. Ao chegar lá, fui informado de que ali só se atende funcionário público e a despeito disso, estavam com as atividades suspensas por um dia como advertência para uma greve geral futura. Então, indicaram-me o setor que administra a marcação de exame. Lá me informaram que tinha vaga somente para dali a três meses ou eu poderia ficar na expectativa da desistência de alguém. O Sol já começara a descer rumo ao Oeste. Ainda estava letárgico por causa do analgésico. A única alternativa era um médico particular. Depois de especular por uns quatro, decidi por um que cobrava um preço médio e tinha certo renome. Ponderei e depreendi que se tenho pecúlio, mas não usufruo, então não o tenho porque não me serve. Neste país é assim: paga-se previdência, educação e saúde públicas, mas ainda temos que pagar particularmente médico, escola e previdência, ou seja, pagamos duas vezes para ter o mesmo serviço.
            O médico me examinou e passou um exame chamado de urografia-escretora. Nem procurei mais a instituição pública. Fui a uma clínica particular, fiz o exame e o levei ao médico cinco dias depois. Ele analisou, sob uma luz, as radiografias e concluiu que era somente um cálculo fora dos rins; era apenas um achaque. Nada grave, nada além. Todavia eu o contestei dizendo que algo tão simples não poderia doer tanto. Ele retrucou falando que a grande dor foi devido à saída do cálculo e que bastava eu beber muita água para ficar bem e que meus rins estavam melhores do que os dele. “Os seus rins doem, doutor”? Indaguei-o.  “Não”! Respondeu. Eu disse: “então os meus não estão melhores do que os seus, não, doutor”!

 Bento Sales

Este conto eu publiquei, em abril de 2011, no blog de minha grande amiga Laura Brandão,  Humor Negro sem Censura. Estou reeditando prestando  homenagem a ela. 

46 comentários:

  1. MAS INFELIZMENTE A "SAÚDE PÚBLICA ESTA UM CAOS"!!!
    ISSO OCORRE DIARIAMENTE, NESTE CASO O Sr. DESCRITO PODE USAR O PARTICULAR,MAS O QUE NÃO POSSUEM ESTA CONDIÇÃO, O MAIS PROVIDOS PREFEREM PAGAR DUAS VEZES DO QUE RECLAMAR OS SEUS DIREITOS JUNTO AOS POBRES....INFELIZMENTE....

    ATENCIOSAMENTE

    BRUNO

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  2. Adorei o título "Humor negro sem censura"! Às vezes, não dá pra evitar, em determinadas situações, sair uma piadinha do chamado humor negro, rsrsrs....Amigo Bento, parabéns pelo post, texto ótimo, muito bem escrito. A história aqui narrada, infelizmente acontece mais do que se imagina, pelo Brasil afora, mudando apenas os nomes dos personagens, da cidades, dos hospitais...Quem sabe um dia muda, quem sabe um dia possamos desfrutar de um Brasil que respeite seus filhos, sua brava gente brasileira! Enquanto isso.... Tem post novo! Vem ver! Gde abraço! Ótimo domingo!
    Elaine Averbuch Neves
    http://elaine-dedentroprafora.blogspot.com/

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  3. Você é sempre tão realista em seus contos e após ler eume pergunto: isto é real ou um conto? Então.... já faz quase 1 ano e espero que esta dor (achaque) não o tenha perturbado mais.
    O relato do dia a dia em hospitais publicos são assim mesmo:descaso.
    "Neste país é assim: paga-se previdência, educação e saúde públicas, mas ainda temos que pagar particularmente médico, escola e previdência, ou seja, pagamos duas vezes para ter o mesmo serviço."
    Pura verdade!

    Gostei muito da foto noca em seu perfil. Fica o Bento Sales atualizado.
    Garnde abraço.

    Taci: saudade de voce. Beijo

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  4. FOLHAS DE OUTONO ADORA VISITAR FOLHAS SOLTAS !
    Nestas últimas semanas estive afastada da net,escondidinha num lugar maravilhoso,mas sem comunicação com o universo virtual.Mas nem por isso deixei tudo parado,aproveitei para escrever coisas lindas da qual já começou à aparecer nos meus posts...
    Te visitar já faz parte do meu universo.Amo sua maneira de escrever,pois sempre apresentas textos reflexivos,como esse que fala de um padecimento,uma imperfeição que nosso país vive ou sobrevive,nem sei ao certo.Mas sua explanação deixa-me ver que o que acontece no teu Estado,acontece tbm no meu...nada é diferente,parece-me que copiastes tudo do que se vive por aqui.Vc pelo menos está vivo para contar a história,e quantos se foram sem poder deixar escrito para os demais...
    E a Tati sempre com seus desenhos reveladores de uma futura artísta plástica.Beijinhos para ela!
    Tenha um domingo fenomenal meu querido...
    Lembre-se que aprendi a amar meus seguidores e vc em especial.kkkkkkkkkkkkkkkk
    bjsssssssssssssssssssss

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  5. Olá Bento! Lembro-me quando foi publicado pela primeira vez esse seu texto e é com alegria que ao retornar deparo-me com ele novamente, e por um momento pensei até que estava tendo um d'javú.. Bom retornar e poder te encontrar. Beijão pra ti e tua familia!

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  6. Verdade passada por você... ou conto... é mais real que nunca... e agora vem a igreja com a Campanha da Fraternidade abordando a saúde com cantos, orações e homilias... Revolta-me, pois atos práticos e de resolução "pra ontem"... nunca vemos acontecer. Pegam carona em um tema que gera marketing pessoal e instala-se demagogia barata! Seu texto pode deixar sem data, pois sempre será atualizadíssimo! Apenas que não o cometa mais de dor alguma!
    O desenho da Taciane absorveu bem as imagens da dor e dos profissionais em questão. Parabéns, Taci!! Abraço, Bento.
    Célia.

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  7. Essa historia parece tão verdadeira. Ela é real? Tomara que não. haha. Na verdade você sabe como convencer, conta os fatos de forma bem real, de forma simples e objetiva. Eu gosto, é mais fácil de entender.
    Naquele outro dia eu me esqueci de seguir né, tava pelo celular, e com pressa também. Agora to seguindo moço. Um abraço e até logo.

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  8. Amigo Bentão, parabens!
    De conto isso aí não tem nada, é a pura realidade. Parece mais uma matéria jornalística!
    Parabens mestre, você sabe das coisas!

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  9. Meu querido amigo Bento!
    Acredita q quase chorei aqui, é q vim aqui te avisar q fecharam meu blog, creio q pelos downloads q publicava lá! ushusauhsasa'
    Daí, chego aqui e me deparo com essa linda homenagem *-*
    Olha, estou em novo endereço, mudei o nome mas meu caráter continua o mesmo!

    http://laurabmel.blogspot.com/

    Abraços meu querido e beijos na Taci!!!

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  10. Mas isso foi verdade?
    Então boa semana e boa saúde Bento.

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  11. Olá Bento,
    Saudades, meu amigo.
    Este conto, republicado ou não, antigo ou atual, merecia ser notícia de jornal de grande abrangência nacional.Tem tudo para mostrar a realidade dos brasileiros que pagam seus impostos (e como pagam!) e que, no momento em que mais precisam de um atendimento médico, no mínimo decente, não o conseguem. Este é, infelizmente, o retrato falado de nosso Brasil na área da Saúde e outras mais.
    Um belo texto! Parabéns pela postagem! E pelo desenho da
    Tati, também!
    Convido-o a conhecer meu novo blog, o RECANTO DA POESIA,
    recém criado para expor meu "engatinhar" no quesito poesias, poemas e afins (risos).
    Sua presença me deixará muito honrada e feliz. Espero que gostes.
    Desejo uma linda semana a você.
    Um grande beijo, amigo.
    Maria Paraguassu.

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  12. Bento achaque, maqueiro vivendo e aprendendo mesmo. É um desrespeito a saúde no Brasil.. a campanha da fraternidade este ano é sobre esta questão tão complicada nesse país. Te desejo saúde viu amigo e que livre-se desse achaque o mais rápido possível. Graças a Deus que saiu do rim e agora água.
    O desenho da Taciane está fantástico!!
    Beijos e boa semana!!

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  13. Amigo Bento.

    O conto está formoso. Extraímos dele uma serie de reflexões.
    Tudo o que está escrito é relevante, desde o começo, a prender-nos a atenção. A começar pela dor. Segue-se a dificuldade para se conseguir ajuda, pois é madrugada e todos dormem sono profundo. Mas o socorro não tem hora e ela então, a solidariedade, aparece.
    O enfrentamento da espera no hospital, a quantidade de gente padecendo, os desacertos de médicos no diagnóstico, constituem rotinas em nosso sistema de saúde, público ou privado.
    Até mesmo o índio, o “maqueiro”, salta-nos indagações. Índio antigamente sabia fazer remédio para curar os outros e a si mesmo, com cascas das plantas, remédios caseiros. O da história está prisioneiro dos costumes da nossa civilização, e se limita a obedecer ao sistema social, sendo, entretanto, solidário, ao carregar a maca, cumprindo bem o seu dever.
    Hoje o que sobra deles é apenas o espírito da solidariedade, pois o mundo dito civilizado, no afã de “civilizá-los”, tirou-lhes a tradição de conhecer as plantas e os métodos de curas. Interessante é que se paga caro para estudar as medicinas alternativas, em nossa sociedade entendida como civilizada, o que é assunto corriqueiro para os indígenas (para alguns, felizmente isolados na mata que conservam a tradição).
    É importante ressaltar o quanto o relógio controla nossas vidas, para satisfazer o sistema de produção e consumo. O homem, entretanto, é o que menos importa. As faturas são mais importantes. Haja rins e fígados para suportar esse mundo atual.

    Parabéns pelo excelente texto.

    Abs.

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  14. Ah cara, é a triste realidade do país que vivemos. Sorte que o protagonista ainda tinha como pagar por um médico particular (que muitas vezes são mais negligentes que os do SUS).

    A ideia do SUS é ótima, mas na prática é uma bosta. Poucos recursos, muitos desvios, etc.

    Só acho que todo político e defensores do SUS, deveriam se tratar obrigatoriamente no sistema, assim como os filhos estudarem em escolas públicas. Infelizmente isso é uma utopia.

    Lembro de que quando nosso vice-presidente foi internado e depois já falecido a Dilma disse que ele havia sido um guerreiro, um exemplo. Queria ter visto ele na fila do SUS. Não teria durado mais de um dia.

    Abração, e é o tipo de conto que eu gosto, realidade pura. Com tom de protesto.

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  15. Meu amigo:
    Você conta como história, um caso que em Portugal acontece a toda a hora.
    Ninguém que tenha algum dinheiro, vai a um Hospital do Estado. É preferível ir a um veterinário.
    A brutalidade, a falta de cuidado e tratamento, já por si, são péssimos. O cheiro, a quantidade de gente que grita e se contorce com dores, o ar abafado, adoecem qualquer um.
    Ir a um hospital civil, eu? Só morta.
    Maria

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  16. Olá estimado amigo Bento,

    Li tua postagem, com muita atenção, e, infelizmente, estas situações não são pontuais, nem casuais.
    A SAÚDE, mais do que o ensino, até, deveria ser "SECTOR PRIORITÁRIO".
    Eu, felizmente, não tenho razão de queixa de qualquer hospital público, porque, como entro consciente, sei, exactamente, como proceder, e o que dizer, e, devo acrescentar, que tenho três médicos na família e basta invocar seus nomes, que tudo se desenrola, rapidamente, e com profissionalismo, por vezes, exacerbado.
    Há, actualmente, em Portugal hospitais, que são, meio públicos, meio privados, e as condições são bastante satisfatórias.
    Mas a saúde, na maior parte dos países, precisa de ser revista e humanizada.

    Boa semana.
    Beijos para ti e tua filha.

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  17. Bento, enquanto lia esse texto, lembrei-me do que ocorreu comigo e de maneira muito semelhante. Só para resumir; quando já não suportava mais de dor e me preparando para ir ao medico, eis que do nada, peço água para tomar. Bastaram-se assim, três copos d´águas para a dor desaparecer. Não me pergunte como, mas a água me aliviou a dor. Um grande abraço.

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  18. Muito bem escrito seu conto, meu bom amigo, infelizmente as pessoas pagam seus impostos e no momento que mais precisam de atendimento, passam por situações como estas as quais você descreveu...demora, descaso, hospitais lotados, falta de leitos... vejo tudo isso como vergonhoso, porque saúde e educação neste pais deveriam ser da melhor qualidade, pois impostos são amplamente arrecadados.
    Apesar da dor terrível, ainda bem que foi um achaque passageiro, não precisou passar por cirurgia. Cálculos renais causam dores muito fortes mesmo.
    Ficou uma gracinha o desenho da Taciane...
    Feliz dia Bento, beijos...
    Valéria

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  19. Parabéns, Bento - frases bem construídas. Gostei muito. Show. Abração.

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  20. Suas colocações não têm época e poderão ser postadas a cada ano, sempre proporcionando identificação dos leitores com a crise de assistência médica no Brasil. Além de muito bem escrito, seu conto mostra a crueldade com que são tratados os que necessitam de ajuda, nesse campo. Nem mantendo convênios, além da contribuição ao SUS, sentimos segurança quanto a receber, a contendo e a contento, o necessário tratamento. Bjs para você e para a filhota.

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  21. Excelente crônica, Bento, que mais parece uma narrativa.
    Infelizmente, a situação da saúde em nosso país é essa mesma: superlotação, falta de recursos e enfermeiros com excesso de trabalho (que acabam levando a culpa por eventuais tragédias, já que os médicos só dão as caras nas emergências, isso quando dá tempo deles aparecerem).
    A mudança neste quadro está na base de tudo: educação para o povo aprender a votar certo e poder impedir que isso continue a ocorrer.
    É passando por situações assim que aprendemos a dar valor à nossa saúde que, assim como a energia elétrica, só é valorizada quando falta.
    Agradeço a sua preocupação externada comigo lá no blog e quero dizer que passei por alguns problemas bem sérios, mas estou retornando aos poucos.
    Estou com saudade de todos da blogosfera e espero poder visitar todo mundo.
    Abraço, Bento.

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  22. Olá meu amigo!
    Muito bom ler essa crônica.
    Infelizmente os hospitais públicos é assim mesmo.Quem não tem um plano bom sofre em filas.É humilhante.
    Grande abraço
    se cuida

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  23. Muito interessante esta matéria,gostei de ler.Grande abraço.

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  24. Professor Bento, adorei; muito bom mesmo; texto excelente. A realidade do serviço público é lastimável em alguns casos. Há sem dúvidas a falta de respeito para com o outro. Mesmo que todo profissional tenha a consciência de que deve agir de forma humana, alguns (principalmente nestes ambientes) olham apenas a parte exterior, esquecendo-se que a pessoa está ali porque precisa de cuidados, de um tratamento humano. Enquanto não formos vistos pelo respeito a vida; a saúde não mudará, a educação não se diferenciará e pagaremos duas vezes por tais serviços. Um absurdo!
    Um grande abraço!

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  25. Uma bela crônica sobre uma triste realidade!

    Alguns trechos me chamaram bastante atenção: "alguém é realmente ateu se estiver sentido uma dor de um cálculo-renal e não se valer por Deus"(...), obviamente, porque a dor é muito maior do que a própria capacidade de suportá-la, mas de fato, não se valer de Deus nem mesmo nesse momento, é desconhecer totalmente o PODER que Ele tem sobre nossas vidas e nossas condições.

    Outro trecho: "Olhando aquelas criaturas sofrendo, eu constatei que deveras um hospital é mais triste do que um cemitério"(...) A nossa fé determina nossas atitudes diante de tais acontecimentos da vida. Ter fé em Deus significa se encher de consolo e paz, tanto para o corpo quanto para a alma.

    Ótimo texto!!

    Que a graça de Deus seja abundante sobre você!

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  26. Bento meu amigo....se é conto eu suponho que vc não foi o protagonista ne?

    Mas quantos neste pais em que vivemos passa por situações iguais ou piores que esta.

    Gosto da diversidade da sua escrita.

    Um abraço manda beijo pra minha artista preferida!!

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  27. Só quem já ´passou por esta dor sabe o que ela significa!
    Não gosto nem de me lembrar!

    Beijão

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  28. Oi Bento, meu amigo,

    Quem não tem um plano de saúde sofre muito nas filas de espera, e os planos de saúde estão a cada dia mais caro.
    Infelizmente, essa é a realidade dos hospitais públicos. Quando você consegue algo ainda costuma ser fatal. Um dia que um político sentir na pele a dor do abandono numa fila de hospital, talvez as coisa mudem, mas sei que isso nunca vai acontecer, por isso é que perdi a esperança nos nossos governantes. Só Deus para nos proteger.
    Obrigada meu amigo pela leitura maravilhosa.

    Adorei o desenho do seu filhota, a cada dia ela comprova mais esse talento divino de ilustrar.

    Beijos grandes e ótimos sexta pra ti!

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  29. Ótimo texto! Muito bem escrito! E quantos "achaques" será que poderemos suportar antes de desmaiar de dor?...Obrigada pelo carinho! Seja sempre bem-vindo! Peço desculpas por não ser tão assídua com minhas visitas, pois não consigo visitar a todos como gostaria! Uma sexta-feira abençoada! Abraço carinhoso!
    Elaine Averbuch Neves
    http://elaine-dedentroprafora.blogspot.com/

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  30. Oi amigo Bento
    Infelizmente temos que passar por essas situações. Um país que cobra tantos impostos, o que eles fazem com tanta arrecadação?

    Se foi você o personagem deste texto, espero que já esteja tudo bem. Beijos a Taciane pelo lindo desenho.

    Um abraço

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  31. alegoria do ciclo da vida, meu querido amigo bento. a analogia entre o hospital e o cemitério é impressionante, porque nunca me tinha dado conta de que as coisas pudessem ser vistas sob esse prisma; sempre olhei a morte como dante olhava o inferno: "vós, os que aqui entrais, deixai toda a esperança" - pelo seu caráter definitivo, pelo menos do ponto de vista da materialidade. o hospital não encerrava, apesar de tudo, todos os horizontes.
    a verdade é que o respeito que há num contrasta com a massificação, o quantas vezes alheamento, indifirença e, sobretudo, a dor (essa, a que incapacita diminuindo a dignidade humana) de outro...

    um forte abraço!

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  32. Não sei como cheguei aqui, mas cheguei e gostei muito do conto. e a palavra para descrevê-lo é angustiante!A dor que aumenta na mesma proporção do desrespeito e despreparo por quem deveria cuidar e não cuida... Um verdeiro suplício e sim, pagamos pelos serviços duas vezes.

    Gostei muito.Virei sempre que puder.

    Beijinho.

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  33. Oi, depois de vê-lo nos blogues de amigos em comum, resolvi "curiar"... só me pergunto porque não vim antes, uma vez que seu blogue é excelente.

    Sobre seu conto, escrita muito boa. Infelizmente a saúde pública no Brasil anda cada vez pior.(sei que lá fora tbem não "lá essas coisas", mas vivemos aqui, né? Então falaremos daqui, donde nosso calo aperta mesmo)... muitos precisam recorrer ao "particular" para ver se a coisa melhora. Mas, também, não anda nada melhor... uma pena!

    Abraços JoicySorciere => Blog Umas e outras...

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  34. Bento!

    Adorei o conto, muito lindo!
    Acho que vc encontro uma forma de se encontrar e ser feliz,
    e Compartilhar seus sentimentos, e com certaza os contos os
    poemas, as poesias,que escreve,nós ensina mais e nós da mais
    emoções!Então vc estar de parabéns!
    Fique com Deus sempre!
    Beijo no seu coração.
    Luci Sales.

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  35. Querido Amigo Bento,
    Muito bom texto, como sempre passando muito dos acontecimentos comuns do dia a dia. A realidade bem escrita e interpretada...Um abraço..Um beijo na Taci

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  36. Oi
    Amigo Bento
    Está tudo bem com você?
    Passei para desejar um bom início de semana.
    Beijo à Taciane.

    Abraços

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  37. Lindo o desenho.!

    Adoreii!!

    Beijinhos :*
    Ótima Semana ")

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  38. Eu sei que já comentei lá em ciminha... rsrsrs... mas, estou voltando aqui para dizer qeu fiquei muitíssimo feliz com sua visita... Feliz mesmo!

    Sobre seu comentário lá, é verdade! O hábito de ler ainda acontece com poucas pessoas, em nosso país. Desejo que essa realidade mude muito. Acho que uma das minhas atitudes enquanto professora, é justamente plantar essa sementinha deliciosa que é a danada vontade de ler sem parar! rs... tenho conseguido, na medida do possível(e muitas vezes, quase impossível. Basta vermos as condições de trabalho que nós professores temos lidado!)

    Adélia é uma fofa. Arretada com as palavras. Me delicio toda vez que leio seus contos.

    Volte sempre!!

    Abraçãooo... JoicySorciere => Blog Umas e outras...

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  39. Betinho, meu amigo!
    também com saudades! Vim te avisar que volto com a calma que teu texto merece, tá bom? Estou tentando driblar a insônia, se conseguir, claro!
    Grande abraço!

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  40. Oi estimado amigo Bento,

    Hoje, não me dês flores.
    Me dá rosas vermelhas e amor o ano inteiro.

    Qundo for o teu dia, o dia do homem, nada te darei, porque te dou estima, todos os dias.

    QUANDO FOR O DIA DO HOMEM, daremos, tu e eu, amor, dedicação, sinceridade, alegria e boa vontade.

    Beijos de muita luz.

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  41. Bentinho,
    retornando...
    que texto,meu amigo!
    Incrível como tens a capacidade de discorrer sob vários aspectos e ângulos, como se visse os fatos em reais três dimensões, coisa difícil de passar para o papel.
    Maravilhada com teu texto, agora que consegui ler com a calma que merecia, mas sem ter muito mais que dizer além disso, e principalmente, complementar.

    Grande abraço!

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  42. Oi Bento, passei pra deixar minha marca de amizade. Desejo que seu resto de semana seja de muita coisas especiais. Abraço meu amigo.

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  43. Vim deixar um abraço fraterno, a esse amigo querido.

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  44. Bentinho,
    vim rapidinho avisar que ficarei alguns dias sem internet, retornarei com conexão na terça-feira, tá bom? caso tu mudes de postagem!
    Fique com Deus!
    Abração!

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  45. Olá Bento,

    Como você vê, já se passou quase um ano deste conto e a situação da saúde se agravou ainda mais.
    Infelizmente, aqueles que dependem da saúde pública passam por este desrespeito humano ao qual você menciona com muita propriedade.
    Hoje em dia, até os atendimentos conveniados estão deixando a desejar.
    Falta calor humano nos hospitais. No momento da troca de plantão tudo se agrava.
    Já acompanhei meu marido num momento de crise renal e percebi que a coisa é realmente feia. Ainda assim, apesar do convênio dele ser bom, ele ainda teve que se submeter à espera em razão da super lotação no atendimento de urgência.
    É realmente triste a situação da saúde em nosso País.

    Espero que não tenha sido você a vítima do conto. Se foi, ainda bem que já passou.

    Beijo na Taciane, que continua a ilustrar com graça as suas postagens.

    Abraço.

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