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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Riscos de morte

Pintura feita por Taciane, minha filha de cinco anos.














                                                            
Vivo sob ameaça constante:
Não há trégua nenhum instante.                                                     
Meus antígenos lutam contra bactéria,                                            
Fungos, vírus para manter viva minha matéria.
Há riscos em toda parte onde vivo:
Sejam animais ou pessoas com quem convivo.
Estou em perigo no trânsito, (acidente de automóvel),
Até em meu lar (acidente doméstico, ruína do imóvel).
Em qualquer momento,
Pode me fazer mal um alimento.
Posso sofrer um desmaio
Ou ser atingido por um raio.
Onde eu estiver, a ameaça estará lá:
(Como uma bala perdida pode me achar).
Posso ter um problema
E entrar num dilema
E, sem saída,
Torna-me um suicida.
Sem perceber, quiçá vá profanar
E, então, Deus me matar.
Crendo ou cético,
Estou sujeito a erro médico.
Há sempre o risco de aluvião,
Outrossim, acidente de avião.
Pode ocorrer com minhas células autodestruição
Ou me tornar anoréxico e arrefecer de inanição.
É periclitante um efeito metabólico
Como também um atentado diabólico.
Mesmo não sendo atleta,
Posso sofrer acidente de bicicleta.
Minha pressão pode tornar-se alta ou fraca
Ou ser morto por faca.
Não quero agora ser tétrico,
Mas me há sempre risco de choque elétrico.
Não se pode olvidar nenhum cibalho
Como acidente de trabalho.
Se não for aplicado no promédio,
Pode me fazer mal  remédio.
Sempre ocorre catástrofe natural.
E na humanidade, colapso fatal.
Como a vida é frágil!
Posso sofrer um naufrágio.
Tânatos sempre me assedia;
Eu morro um pouco a cada dia.
Tudo isso é risco carnal
E ainda há riscos da vida espiritual,
Eterna, mental e moral.
Com tudo isso estou farto,
Mas nem posso porque senão sofro um infarto.


Eu me lembrei deste poema, que fiz há anos, depois de ler o post  "Sudden Death", de 22/02/2011, do meu  amigo Felipe, do Caixa de Pandora, para aproveitar o tema recorrente (morte) , resolvi publicá-lo.
                                                     

5 comentários:

  1. Gzuis professor.
    Olha me desculpe se o poema tinha intenção de ser sério.
    Mas eu ri muuuuuuuuuuuuuuuito.
    Ótimo mesmo.

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  2. "Eu morro um pouco a cada dia."

    Essa frase, é forte e verdadeira.
    A cada dia nós morremos um pouco.
    Lindo o teu texto como sempre, Bento.
    Parabéns.
    Abraços e Ótima Quarta.

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  3. Voltei aqui só para ler de novo!
    Realmente amei esse texto! ^^

    Abraços e Ótima Quinta, Bento meu amigo!

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  4. Bento, Indiquei teu blog ao Prêmio Blog de Ouro de 2011.
    Segue o Link => http://migre.me/3X65y

    Abraços e Ótimo Sábado!

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  5. Olá, gostei muito do seu blog e já estou seguindo. Se puder siga o meu, é sobre os meus trabalhos no teatro, o link é:

    http://thieresduarteoficial.blogspot.com/

    Obrigado pela atenção!

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