Pintura de Taciane, minha filha com sete anos, então com cinco.
A
história consiste no seguinte : no reveillon de dois
mil e cinco ,
o casal chegou de uma festa , de madrugada
(provavelmente bêbado ), com um casal de adolescente
do primeiro casamento do marido e uma menina
de três anos ,
filha da esposa
do casamento anterior .
Ao dormirem, os adolescentes deixaram
ligado um ventilador
ou computador
ou um
quebra-luz , segundo
várias fontes contraditórias, então um desses
utensílios , incendiou-se, propagando para o forro de madeira e para outros objetos domésticos e demais
compartimentos . O esposo ,
segundo algumas fontes ,
como dormia em
quarto próximo da porta de saída ,
logo saiu com
a mulher , mas
ela viu que
sua filhinha ainda
não havia saído ,
voltou imediatamente para
socorrê-la; os adolescentes estavam presos na suíte ,
pois o teto era de concreto .
Neste ínterim , a vizinhança
chamara corpo de bombeiro , mas a casa
ardia em chamas
e fumaça . A mãe
conseguiu sair , mesmo
muito queimada ,
com a filha
com poucas queimaduras, mas intoxicada com
a fumaça e foram levadas ao pronto-socorro pelos
amigos , enquanto
os bombeiros combatiam o fogo e resgatavam os adolescentes
por um
orifício que
fizeram na lateral da casa . A criança
falecera no caminho do hospital
por causa do dióxido de carbono inspirado,
e a mãe , horas
depois , no hospital ,
em conseqüência
das queimaduras de terceiro grau pelo corpo todo .
A
esposa temia por
essas pessoas terem morrido dentro da casa ,
porém ela
investigou com os vizinhos
para saber estritamente o que
ocorrera e constatou que não morreram lá .
Ficou um tanto
aliviada, todavia , ainda
muito chocada e nervosa
com tudo
isso . Era
uma mulher repleta
de fobia , superstição ,
dogma e crendice ,
como nunca
se viu. Então ele
teve ideia de chamar
um padre
ou pastor para benzer a casa . Ela
aceitou. Um obreiro
veio pregar para ela e ungiu a casa com óleo e
disse que teriam que
fazer um voto e ofertar
à igreja “Deus
é Amor ” e assistir
a um culto .
Assim eles
fizeram. Mas ela
nunca superou totalmente
esse caso. Queixava-se de que a casa era malfalada. Ele
dizia que não ,
que as pessoas
que são
maldosas e por isso
falam mal das coisas
e dos outros . Ele
falava que esse
enredo não tinha nada a ver com eles , uma vez que a história
deles na casa começou quando se mudaram. O que
passou com outra
família não
lhes interessava. Passou-se um ano e ela , de quando em vez , tinha recaída porque algumas crianças
vizinhas vinham brincar com
sua filha
e relembravam o ocorrido. Passou-se um tempo , o casal
conversando sobre a casa ,
o fato passado .
Ela perguntou para
ele se tinha
visto ou
ouvido algo
estranho , anormal ,
assustador , sobrenatural
na casa . Ele
disse que sim .
Ela quis saber
o que era
porque isso
lhe motivaria a sair
de lá , mas
ele respondeu que
o que lhe
assustara foi a fatura de água que deu
duzentos e dezessete reais , uma
verdadeira assombração .
Esse conto é uma reedição.
Bento Sales
hahahahahaha... Bento, essa assombração me persegue também. E não é só o fantasma da água, tem a luz, a internet, o telefone, etc. Vou me benzer rsrs.
ResponderExcluirÓtimo conto. Gostei de ler. Parabéns pela escrita. Um grande abraço e bom domingo
Uau!! Bento! Será que exorcizar tais contas mensais resolveria o problema? Seu conto me prendeu e muito, pois tenho algo bem semelhante...Ao comprar meu apartamento, o porteiro foi dizendo: - "é a dona de lá morreu"... Respondi: - "mas já tiraram o corpo, né?" ... Isso tudo porque eu comprava direto com o proprietário herdeiro e ele queria "sua comissão"... Tenho receio sim - dos vivos!! Há mais de 20 anos moro no mesmo e sou felicíssima! Nada a ver... crendices mesmo.
ResponderExcluirAbraço, Célia.
Temos que ter medo é dos vivos que são pra lá de "vivos".
ResponderExcluirAs faturas, despesas cotidianas são verdadeiramente assombrações.
Abraços, Bento!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk ai ai .. fatura de água!
ResponderExcluirHehehehehehehehe Bentão! Ainda bem que reeditou o conto!
ResponderExcluirDivertido e inteligente!
Oi Querido Amigo!
ResponderExcluirNão tenho comentado em teu blog, mas sempre que posso venho dar uma olhadinha...Como sempre muito interessante e atual o teu texto...Gostei muito!Contas e mais contas...è o que todos temos em comum...Um grande abraço!
Bento Sales
ResponderExcluirA história, mais ou menos recorrente, está muito bem contada. Cresce que aprecio muito este tipo de conto.
Um abraço!
Bento, a narrativa é intrigante e cercada de mistérios no seu início, mas com fatores que nos leva a refletir também sobre ela. A própria questão da casa pode ser uma delas. Um grande abraço.
ResponderExcluirBento,
ResponderExcluirTudo bem? No dia de finados fui com o meu filho assistir um filme e sem saber muito do enredo, embarquei no longa que se chama Possessão. Após gritos e sustos, pergunto filho, logo hoje esse filme? ele ri e fala, aprenda duvidar dos vivos e nunca dos mortos. Nunca gostei de casa que possui histórias do cotidiano relacionadas a tragédias, mas depois de vencer o filme, acho que estou encarando novas emoções.
Boa semana e parabéns pelo conto.
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ResponderExcluirQue conto ai meu Deus bem profundo
mas eu gostei mesmo parabéns por postar
coisas boas de ler , gostar, ou sentir medo
Abraços com carinho
Bjuss
Rita!!!!
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Uma história muito bem contada !
ResponderExcluirOlá estimado amigo Bento,
ResponderExcluirAcabei de ler o teu conto, mesmo agora, e mais uma vez. Antes, no domigo, já o tinha lido duas.
Parece que quanto mais lemos, mais pormenores vamos encontrando, e descobrindo outros, que não tínhamos visto à primeira leitura. Não sucede o mesmo contigo?
Se corrigirmos fichas de avaliação, duas vezes, se calhar, encontraremos mais umas "irregualaridadezinhas", acredito.
E logo, hoje, que tive reunião do Departamento de Português.
SE EU FALAR BOBAGEM, JÁ SABES A CAUSA!
Teu conto está primorosamente contado (se eu der erro ortográfico, ao escrever, me avisa, porque estou bastante cansada), com linguagem acessível, corrente, com um ou outro laivo de eloquência, de saber, mas muito raramente.
Tu escreves para todo o mundo entender. Descreves, sempre, situações engraçadas, verídicas ou não, mas querendo prender o leitor, da primeira à última linha. CONSEGUEGUISTE, CONSEGUES E CONSEGUIRÁS.
Então a compra de uma "pobre" casa, foi causar todo esse desânimo, recusa e perturbação.
Afinal, não se tratava de casa assombrada, coisa nenhuma.
Apenas, morreram lá pessoas, vítimas de um incêndio e nada mais.
Esclarecidas qe foi a situação do incêndio e dos falecimentos, não haveria motivo para que a mulher do cara de quem tu falas, manter esse receio mórbido, descabido e psicológico.
As casas assombradas só existem nos cérebros, que têm pouca luz, só nesses.
Todavia, já ouvimos falar de casas assombrads, tal como dos episódios insólitos e paranormais que DIZEM lá acontecer. Dessas, tenho medo, te confesso, mas são, em geral, castelos medievais ou da Época Vitoriana. Na Escócia/Inglaterra, há muitas histórias, ainda nos nossos dias, sobre essas casas.
Mas, essa não era assombrada, Virgem Maria!
Bastava ter percebido e verificado certidões dos falecidos. FOI UM INCIDENTE E PONTO FINAL.
A Doutrina Espiríta explicar-nos-ia como essas coisas podiam ser possíveis, mas como sou católica, deixo esse assunto para peritos e conhecedores.
NÂO ACREDITO NA REENCARNAÇÃO, a propósito.
A imagem de Taci está cheia de cor e alegria. A menina não vê assombração, vê beleza e harmonia.
Me ensina a comentar um post tão extenso só com uma única frase!
Resto de boa semana.
Abraços da amiga Portuguesa, que muito te estima e aprecia.
Olá, Bento.
ResponderExcluirExcelente conto; um misto de mistério, suspense, trivialidade e um final bem humorado surpresa.
Não acredito em assombrações, acho que o medo do desconhecido leva muitas pessoas a temerem aquilo que só existe em sua imaginação.
Abraço, Bento.
Boa, camarada! Quinze anos de economia não garantem o paraíso.
ResponderExcluirBento, se é uma reedição não importa, o que importa é que um Conto magnífico, meus parabéns pela criatividade.
ResponderExcluirAbraço.
Bento caro amigo!
ResponderExcluirConcordo com o Paulo...
Esse tipo de assombração também anda me perseguindo faz tempo, são tantos os talões pra pagar, e a cada dia o valor só dobra, que Deus me livre dessas assombrações...
Ja tive muito medo dessas casas tipo assombradas, meu pai contava cada história de arrepiar quando eu era criança...Eu dormia com a cabeça tampada de tanto medo, mais depois que a gente cresce o medo evapora,o tempo ensina muito, e a gente começa a ter medo de outras coisas mais reais...
Hoje tenho medo é dos vivos.
Adorei Bento seu relato, muito inteligente sua postagem.
Beijos!
Grande semana !
Bento, a pintura da filhota ficou super interessante.Parabéns a ela.
ResponderExcluirGostei da casinha com a lua!
Abraço amigo!
Boa noite, Bento. Adorei o seu conto, principalmente o final, uma vez que não esperava por isso e achei uma excelente sacada.
ResponderExcluirCreio que todas as orações são bem-vindas para o nosso lar existindo ou não histórico de pessoas mortas no local.
O medo que a mulher tinha, de fato, era uma neurose já.
Segundo muitos, vivemos em um mundo espiritual, que muitas vezez não vemos nada, mas os espíritos habitam no mesmo local.
As pessoas que convivem conosco, essas sim, podem fazer um grande mal ao nosso coração, nossa integridade física, pois o amor em muitos já nem existe mais e o mundo cada vez mais cruel está.
Fatalidades existem, infelizmente.
Que os mortos descansem em paz!
Parabéns e um beijo na alma!
Matando um pouco da saudade de meu amigo Bento e de sua filhota Taciane!!
ResponderExcluirbjs !!
Boa Noite Meu Amigo.
ResponderExcluirGostei muito da história tão bem contada por você.
Amiga perdoe a demora em vir no seu blog
alguns problemas tem me afastado um pouco.
Linda noite beijos no coração,Evanir.
Bento, caro amigo!
ResponderExcluirObrigada pelo carinho e as saudades, recíprocas.
Seguirei te lendo e me atualizando por aqui, no entanto sem a disponibilidade de comentar.
Grande abraço!
Bom dia e bom feriado
ResponderExcluirO desenho é bem fofinho lindo mesmo
O texto é muito triste para quem
crê nessas coisas, a insegurança
deixa a gente bem preocupado.
Mas enfim o final acho que deixou ela
bem mais insegura ainda com a conta tão
alta...temos que crer e ter fé, pq os
mortos não voltam mais
Abraços com carinho
Rita!!!!!
Querido amigo Sales]
ResponderExcluirO s mortos não faz mal nenhum temos que nos preocupar com os vivos. Mais a história e muita boa.Um feliz feriado.
Com carinho.
Ana
Boa tarde...
ResponderExcluirPasso aqui neste espaço para divulgar um novo blog:
Trata-se de uma oportunidade de trabalhar em casa e ganhar uma renda extra nas suas horas livres. Estou divulgando uma empresa série, honesta e segura, com 14 anos na área de empreendedorismo.
Para mais informações acesse e confira:
http://jaynnesantosrenda.blogspot.com.br/
Obrigada pela atenção,
Beijos.
Jaynne Santos.
Interessante este conto prof. algumas Mulheres é sentimento mesmo né? Quer a casa mas o medofala mais alto; bom de qualque modo o problema foi resolvido mesmo com a superticiosa de plantão o matador de Leões espantava e espantara pelos proximos anos as assombrações da mente dela.
ResponderExcluir"Felicidade ao casal" e muita paciencia a ambos.
Um grande abraço!
A gente até ri da fatura de água, mas a verdade que tem muita gente como a mulher do seu conto, cheia de crendices e besteiras.
ResponderExcluirLindo conto Bento.
Seu conto me fez ler tudo, direto. Por isso me surpreendi com o final (rss). Vou confessar que também não gostaria de residir em imóvel onde fora registrada uma tragédia. Vejo muitos filmes de suspense, de terror, sem qualquer medo, mas uma situação como a do seu conto me deixaria angustiada.
ResponderExcluirGrande abraço e beijo para a filhota.
Querido amigo Bento.
ResponderExcluirVolto mais tarde para apreciar este conto.
Um carinhoso abraço.
Lindo desenho da sua filha!
ResponderExcluirVim aqui conhecer o seu blog e também agradecer o seu comentário na minha participação no 1º Contos e Prosas. Também para mim foi uma honra partilhar a participação consigo!
Convido-o a conhecer os meus blogs, onde será sempre bem-vindo:
http://instantaneospretobranco.blogspot.pt/
http://diasqueolhoomundo.blogspot.pt/
Abraço
Caro amigo Bento
ResponderExcluirSeus contos sempre tem finais surpreendentes , inusitados.
Quando penso que vai haver um trágico desfecho petrificador, pois sua escrita vai enveredando por caminhos
cada vez mais aflitivos, eis que chega o terrível algoz: A conta da água.
E esta realmente é uma das piores assombrações. Todos os meses também defrontamos com outros fantasmas, conta de luz, conta da Net, Seguros, etc. etc. Existe um meio de desvencilhar-mos destas terríveis assombrações?
Um bom domingo para vocês. Beijos á pequenina artista que te acompanha com muita graça.